Filtros de gel e as suas aplicações

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Há algum tempo atrás li sobre filtros de gel para flash.
Estes filtros servem para dar cor à luz que sai do flash, de forma mais ou menos descarada servindo tanto para pintar objectos como para corrigir ou alterar a luz de um ambiente.
Os filtros de gel têm aplicações infinitas na fotografia, mas tudo se resume ao controle da luz do flash com filtro aplicado, da luz ambiente e do balanço dos brancos na máquina fotográfica.
Aqui fica um exemplo daquilo que se pode fazer com apenas um flash e um filtro CTO (Color Temperature Orange):


A primeira foto é da autoria de David Hobby e a segunda é a minha versão do principio aplicado na primeira. O que se utilizou em ambas as fotos foi apenas um flash e um gel CTO (provavelmente aquele que utilizei era um pouco "quente" de mais). Estes dois elementos preenchem o objecto enquanto que o balanço dos brancos fica encarregue de controlar o tom ambiente da fotografia. Estando o WB em tungstone, o ambiente não afectado pela luz do flash fica mais azul do que é na realidade compensando também nas zonas atingidas pelo tom laranja que é plicado pelo gel. Assim existe uma compensação da cor aplicada para que ela se torne mais natural e a transformação da cor ambiente.
Este principio pode ser aplicado a outras cores, basta haver uma noção das cores que são opostas a outras.


Outro aspecto a ter em conta é que a utilização de filtros gel faz com que a luz expelida do flash diminua, o que pode ser algo positivo. Existem filtros neutos que servem exactamente para diminuir a potência da luz para além do que o flash já é capaz. Outra forma fácil de o fazer é cobrindo-o com papel, cartão ou com os dedos. Quando essa diminuição de luz não é desejada, isso exige que a potência do flash seja aumentada existindo então o risco de derreter o gel. É verdade, eles derretem. Um flash em potência máxima expele uma grande quantidade de calor.


Esta é uma boa forma de colocar o gel no flash mas apenas se não for para o utilizar na sua potência máxima. Caso seja essa a intenção, recomendo então que arranjem forma de distanciar o gel da frente do flash. Também... o que pode acontecer é só algo como isto ou um pouco pior:


Para finalizar, aquela grande quantidade de filtros gel que vos mostrei na primeira foto foi-me disponibilizada pela empresa Luzeiro (www.luzeiro.pt). Uma vez que são um dos representantes da marca Rosco em Portugal, perguntei por email se me podia disponibilizar alguns samples destes filtros. O resultado é o que já viram, enviaram-me quatro swaches por correio. Obrigada aos senhores que foram bastante simpáticos!

Sugiro que arranjem também os vossos filtros e que explorem. Há muito mais a aprender nesta área tão vasta e não há nada como passar à pratica para se entender melhor o mundo da luz.

Sufjan Stevens, taras e manias

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No passado dia 30 de Maio tive a oportunidade de fotografar Sufjan Stevens no Coliseu do Porto.
Foi com bastante simpatia da parte do pessoal da Everything is New que fui recebida e logo no início puseram-me a par das condições para fotografar. Desta vez, para além das condições já habituais, haviam mais umas quantas estranhas exigências impostas pelo artista:

  • Os fotógrafos apenas tiveram acesso a um dos lados do fosso, esquerdo ou direito, existindo assim uma secção central dividida das outras partes por fita isoladora colada no chão. Desta forma, esta secção central pode servir para... algo (?);
  • Os fotógrafos, depois de escolherem o lado em que iriam fotografar, não podiam de forma alguma passar para a zona central. Foi-nos dado a entender que caso isso acontecesse, era de esperar algum microfone voador;
  • Não encostar/apoiar no palco e colunas foi a última exigência e talvez a mais compreensível. Há quem goste de quase galgar palcos para tirar uma ou outra foto de mais perto. Quanto à parte que me toca, embora raramente o faça, é sempre bom ter um apoio quando o material já nos pesa nos braços.

Todas estas "dicas" foram-nos dadas pela organização numa mistura de risos e palavras sérias o que me levou a pensar no que raio poderia ter acontecido nas horas anteriores ao concerto. Sobre isso nunca irei saber, mas o que é certo é que apesar do limites tão rigorosamente impostos, tudo correu bem. Obedecer e respeitar é sem dúvida um bom principio para evitar situações mais embaraçosas com os artistas.


Outra coisa que retirei deste concerto foi uma pequena lição prática. Quando a luz é pouquíssima e o espaço é apertado, no momento de trocar de lentes (isto para quem não se pode dar ao luxo de utilizar dois corpos) é agradável ter-se uma pequena luz dentro da mochila. O próximo item a ser adicionado à minha mala será sem dúvida uma pequena lanterna de apenas um led, o suficiente para ver o que estou a fazer mas não o suficiente para perturbar o ambiente em volta.


Ora, conclusões:

Respeitem as taras e manias dos artistas. Ninguém quer ser envergonhado num local com tanta gente, muito menos pelos artistas de quem gostamos. Façam isso nem que seja por vocês próprios e mesmo que não entendam muito bem o porquê de ter que ser assim;

Adicionem às vossas mochilas uma mini lanterna. No meio de quilos de material fotográfico, penso que uma pequena lanterna não irá fazer ninguém marreco;

Tenho que começar a actualizar mais isto....




19.03.2011 - Nina Hagen (B&W) - Casa da Música, Porto

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